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7.3 Geografias do ser contra o não-ser: pelo direito à vida, aos corpos e aos territórios no campo e nas cidades latino-americanas

Resumos aceitos em português, inglês e espanhol. 

Felipe Taumaturgo Rodrigues de Azevedo

felipetaumaturgo2@hotmail.com

Julia Carneiro Rossi 

juliacarneirorossi@gmail.com

Willian Silva da Rocha

willianrocha@id.uff.br

A discussão racial soa enquanto um ente elementar para qualquer abordagem que se preserve crítica e principalmente autocrítica na Geografia do período atual. Ainda que de forma tímida, os raciocínios espaciais centrados na raça, no racismo e na racialização (Santos, 2019), mas também no antirracismo (Oliveira, 2019; Santos, 2019), recebem cada vez mais abrangência a partir da emergência de conflitos e injustiças caracterizados por uma ordem bio/necropolítica (Foucault, 2008; Mbembe, 2018; Lima, 2019; Oliveira, 2020) do território que inviabiliza e interdita (Silva, 2013) a existência e a corporificação de sujeitos racializados nas áreas rurais e nos grandes centros urbanos latino-americanos. Tal realidade se qualifica perceptível nas ações de mineração pretensamente desterritorializadoras via despossessão (Cruz e Malheiro, 2019), no genocídio de homens e mulheres negros e pobres nas favelas das metrópoles da América Latina, além das injustiças ambientais e na privação de direitos ao saneamento básico e a recursos indispensáveis ao experimento de uma vida adequada em diversos contextos espaço-temporais. Nos interessa uma perspectiva de análise que privilegie e valorize as ações de movimentos sociais do campo e da cidade dedicados ao direito à vida e aos territórios, organizações de mulheres que se debruçam à interseccionalidade (Crenshaw, 1989) via problematização das opressões de gênero caracterizadas pelas heterarquias (Kontopoulos, 1993; Grosfoguel, 2008) presentes na composição brutal entre o racismo e do patriarcado, além de situações espontâneas de criação prática e teórica de combate aos arquétipos de violência e dominação racial.