Resumos aceitos em português e espanhol.
Julia Santos Cossermelli de Andrade
Alexandro Souza de Amico
Esta proposta tem como objetivo abrir espaço para os debates acerca dos grandes projetos urbanos realizados nas áreas centrais das cidades e os seus impactos sociais e espaciais. Mesmo que as reestruturações espaciais e a segregação não sejam novidades, hoje, mais do que nunca, o valor de troca suplantou o valor de uso em todas as esferas da vida cotidiana, até mesmo nas mais banais, como na produção do próprio espaço urbano. Nesse sentido, o planejamento urbano estratégico, o empreendedorismo urbano, as parcerias público-privadas, o avanço da fronteira urbana de acumulação etc. estão no bojo das reestruturações. Além, é claro, do processo de gentrificação que, em nossa visão, trata-se de uma estratégia global da atual fase da acumulação capitalista que age em diversas escalas e com diversos atores sociais. Visto isto, salientamos que em nossa proposta, não estamos apenas interessados em examinar e atestar o poder dos atores hegemônicos e toda uma série de mazelas decorrentes deste poder. Através de uma análise integrada, buscamos enxergar, examinar e praticar os caminhos possíveis para um espaço mais justo.
Dessa forma, buscaremos evitar uma análise apartada da realidade em que uma grande parcela dos pesquisadores aborda apenas a dinâmica oriunda dos agentes hegemônicos e outra quantidade considerável de trabalhos considera, de maneira quase que isolada, os movimentos contra-hegemônicos. Sendo assim, a proposta do GT consiste em receber trabalhos que busquem um exame espacial que leve em consideração a indissociabilidade entre os diversos atores sociais e as suas ações. Desta forma, se abre um imenso leque de possibilidades de entendimento da luta pelo território, inclusive através da festa, do encontro lúdico, do carnaval e dos movimentos sociais e culturais.